Como aproveitar as férias para ampliar o repertório para Redação
Por Nara Lya Cabral, professora do Anglo Vestibulares
A redação é um dos momentos mais esperados – e temidos – na trajetória do vestibulando. Boa parte da apreensão dos estudantes decorre da percepção de que produzir uma redação é um ato complexo que envolve a mobilização simultânea de diversas habilidades. O ENEM, por exemplo, avalia cinco competências: dentre elas, a mobilização de conhecimentos construídos ao longo da formação do candidato para a defesa de um ponto de vista. É aí que entra o famoso "repertório".
Uma das estratégias de mobilização de repertório mais exploradas pelos candidatos em grandes vestibulares ocorre no chamado "argumento de autoridade" (quando citamos ideias fundamentais de pensadores a fim de dar legitimidade a um argumento). No entanto, para além de conceitos de grandes áreas do saber, há outros tipos de repertório cujo domínio contribui para uma boa redação.
Dois deles, em especial, merecem a atenção dos vestibulandos durante as férias de julho – período que pode ser aproveitado para intensificar o contato com conteúdos muitas vezes negligenciados no restante do ano.
1. Investir no abastecimento do repertório sobre atualidades é uma ótima forma de se preparar para a discussão de temas que podem ser cobrados nas propostas de redação, já que os principais vestibulares do país costumam estar atentos a assuntos de alta relevância e visibilidade social. É o que mostra um estudo realizado pelo pesquisador da USP Ivan Paganotti: nas provas de 2010 a 2019 da FUVEST, temas atuais e textos noticiosos apareceram com frequência semelhante à de obras literárias.
Uma boa dica é reservar um horário diário para a leitura de jornais (impressos ou digitais). É importante estar atento à credibilidade dos veículos lidos (vale priorizar publicações tradicionais, de grande circulação e reconhecimento no mercado jornalístico) e buscar veículos que apresentem diferentes visões de mundo.
2. Produções culturais – como filmes e séries – também podem oferecer contribuições relevantes à elaboração de argumentos. Em relação a esse tipo de repertório, o estudante deve estar ciente de que citar obras culturais na redação não possui necessariamente a mesma função que a referência a ideias de pensadores e especialistas. Isso porque produções culturais nem sempre são úteis à construção de argumentos de autoridade; por outro lado, o simples fato de uma temática ser explorada em um filme ou série pode ser invocado como indício significativo da relevância e envergadura do tema em questão.
Uma dica é priorizar o consumo de produtos audiovisuais que tratem de temas relevantes no debate público atual, abordem problemáticas sociais, explorem fatos históricos, sejam inspiradas em fatos reais ou possuam caráter documental. Para as férias, esse é um caminho para ampliar o repertório cultural ao mesmo tempo em que se recarregam as baterias para o segundo semestre.
Boas férias!
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