Leitura literária para a segunda fase
* Por Fernando Marcílio, professor do Anglo Vestibulares
Quando se pergunta a um jogador de futebol que time ele prefere enfrentar no jogo seguinte, a resposta é quase sempre a mesma: quem quer vencer não pode escolher adversário. Para alunos que se preparam para a segunda fase de um vestibular concorrido como o da Fuvest, essa resposta é mais que um clichê. No que diz respeito aos livros da lista de leitura obrigatória, convém reforçar: não dá para ficar querendo prever o que vai cair.
Os livros que não apareceram na primeira fase têm mais probabilidade de aparecer em alguma questão da segunda? Dos nove livros propostos, ficaram de fora O cortiço, A relíquia e Mayombe. A possibilidade de surgirem em questões da segunda fase é real, mas não passa de possibilidade. A Fuvest já indicou três substituições que fará para os exames de 2021, o que quer dizer que três obras serão retiradas da lista. São elas: Sagarana, O cortiço e Minha vida de menina. Será que a Fuvest vai perder a última oportunidade de perguntar sobre esses livros? Mais uma vez, qualquer resposta fica no terreno da probabilidade, do acaso. Para os candidatos, o melhor conselho é aquele do jogador de futebol: não pode escolher adversário.
A pergunta que passa pela cabeça dos estudantes nesse momento é: dá tempo de fazer alguma coisa? A resposta é simples: sim. Não dá tempo de fazer tudo o que deve ser feito, mas, por outro lado, nessa altura do campeonato, espera-se que muito já tenha sido feito. Agora, é questão de manter o aquecimento em dia, para não entrar no jogo com o corpo completamente frio. Quem passa para a segunda fase de um exame difícil já mostra que está em condições de conseguir a vitória.
Falta pouco para completar a leitura da lista? Dedique-se às leituras que faltam, porque ainda há tempo. Já leu todos os livros? Releia algum a respeito do qual tenha maior insegurança. Já está tudo lido e relido? Nesse caso, o melhor a fazer é verificar os últimos exames, para estar preparado para o peso das perguntas. A leitura de análises escolares (desde que elas consigam ir além de simples resumos) também é útil, na medida em que possam contribuir para uma reflexão sobre as obras.
Para ajudar, uma sugestão para os candidatos: tentem estabelecer conexões entre as obras. Pensem sobre questões como verdade, por exemplo; como ela é abordada em obras como Angústia, Quincas Borba ou A relíquia? Recordem o papel que as mulheres exercem nas tramas que compõem os romances e na inspiração que conduz aos poemas. O título paradoxal de Claro enigma faz pensar no Barroco de Gregório de Matos. Estamos acostumados a afirmar que o cortiço do romance homônimo é personagem da obra, mas isso pode ser estendido a outros livros da lista, como a Diamantina em Minha vida de menina, ou todo o interior de Minas Gerais nos contos de Sagarana, ou, ainda, a floresta angolana de Mayombe.
No mais, é manter a mente esperta, para receber a bola e marcar um golaço.
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