A redução da cobertura vacinal no Brasil
Dentre as causas dessa redução, o Ministério da Saúde aponta que algumas "fake news" foram bastante veiculadas e assustaram muitas pessoas, pois associavam as vacinas com reações prejudiciais ao organismo.
Dentre essas mentiras, destaca-se a publicação do médico Andrew Wakefield em 1998, que insinuava que a vacina contra sarampo estaria associada a casos de autismo, o que foi comprovado ser totalmente falso. Em 2010, o Conselho Geral de Medicina do Reino Unido julgou Wakefield "inapto para o exercício da profissão", qualificando seu comportamento como "irresponsável", "antiético" e "enganoso".
Outros fatores contribuíram, como a percepção enganosa pela população de que algumas doenças, como a pólio, desapareceram; o receio de que a aplicação de muitas vacinas sobrecarrega o sistema imunológico; o desconhecimento do complexo calendário de vacinação brasileiro (embora o programa de vacinação brasileiro seja reconhecido como um dos mais bem-sucedidos do mundo) e, por último, a dificuldade da população em comparecer aos postos de saúde nos dias úteis em horário comercial.
Então vamos esclarecer algumas coisas. Em primeiro lugar, o que é uma vacina?
Vacina é uma preparação com antígenos (polipeptídios ou polissacarídeos), que induz o organismo a se imunizar, isto é, a produzir anticorpos específicos, que atuam na defesa contra agentes infecciosos (vírus, bactérias).
Em sua composição, podemos encontrar, por exemplo, micro-organismos inativados (mortos) pelo calor ou por substâncias químicas, como o formaldeído; micro-organismos vivos atenuados, que são variações mutantes sem capacidade de multiplicação em células humanas ou toxoides (toxinas inativadas por formol).
Que motivos as pessoas têm para se vacinar?
As pessoas ficam protegidas contra vírus ou bactérias causadoras de doenças, que podem até mesmo levar à morte. Além disso, a vacinação reduz o número de pessoas portadoras de organismos infecciosos nas populações humanas, o que diminui os riscos de transmissão.
Existem riscos na vacinação?
Sim, é verdade, há alguns riscos, mas vamos falar abertamente e com maturidade: há pequenas, muito pequenas chances de ocorrerem eventos "negativos" após a aplicação de uma vacina, portanto, as vantagens superam muitas vezes esses riscos.
Deixar de vacinar as crianças contra o sarampo, por exemplo, é muito grave, pois a doença reduz as defesas do organismo, o que as deixa mais suscetíveis a outras infecções. Cerca de 30% dos casos de sarampo podem ter uma ou mais complicações, como a pneumonia.
Mas e os casos de alergia? Algumas pessoas podem ter reação anafilática (reação alérgica intensa e de rápida progressão), devido à presença de substâncias químicas na composição das vacinas, como as proteínas de ovos, encontradas em vacinas produzidas com vírus multiplicados em embriões de aves, porém isso acontece em apenas uma em um milhão de doses aplicadas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.