Dilatação térmica dos sólidos
*Por Élcio Moutinho Silveira, professor do Anglo Vestibulares
Quando um corpo troca calor e tem sua temperatura alterada, sofre mudanças em suas dimensões – de forma geral, aumentando, se for aquecido, ou diminuindo, se resfriado. Isso pode ser explicado pela mudança na agitação dos átomos e moléculas que constituem o corpo. No aquecimento, essas partículas ficam mais agitadas, levando ao aumento do distanciamento médio entre elas, o que reflete, macroscopicamente, na dilatação desse corpo. Podemos aplicar o raciocínio inverso para compreender a contração térmica.
Em projetos de engenharia, por exemplo, esse fato deve ser levado em consideração. Espaços, chamados geralmente de juntas de dilatação, são deixados em posições específicas para permitir que as peças possam dilatar, sem causar prejuízos. Se esses espaços não forem considerados, pode haver consequências muito sérias.
Uma análise quantitativa
A figura a seguir ilustra um corpo constituído por uma única substância, inicialmente à temperatura inicial θ0, aquecido até uma temperatura final θ.
Caso haja interesse em se estudar apenas uma das dimensões desse corpo, como seu diâmetro, utiliza-se a dilatação linear do corpo. Caso seja necessário estudar alguma superfície, como sua área da base, aborda-se a dilatação superficial. E, caso se deseje analisar o volume desse corpo, trabalha-se com sua dilatação volumétrica.
Experimentalmente, verificamos que a dilatação linear ΔL, ou seja, a diferença entre o comprimento final L e o comprimento inicial L0 do corpo, depende do comprimento inicial do corpo, da variação de temperatura Δθ a que o corpo foi submetido, e do material que constitui o corpo, caracterizado por uma grandeza chamada coeficiente de dilatação linear, representado pela letra α. A equação que mostra a relação entre essas grandezas é apresentada a seguir:
A partir dessa equação, pode-se determinar [α] = °C-1. A tabela a seguir ilustra alguns valores do coeficiente de dilatação linear de certos materiais.
A partir dessa equação, podemos construir um gráfico do comprimento L final em função da temperatura θ:
Placas com furos e corpos com cavidades, se comportam como se fossem maciços, ou seja, os furos e cavidades dilatam ou contraem, como se fossem preenchidos com o material correspondente ao das placas e dos corpos, respectivamente. Nos furos das placas, utiliza-se a dilatação superficial, e nas cavidades dos corpos, a volumétrica. Um exemplo de aplicação disso é quando se deseja encaixar um pino em uma placa furada, em que o diâmetro do furo seja menor que o do pino. Algumas possibilidades de se realizar esse encaixe seriam resfriar o pino, diminuindo-o, ou aquecer a placa, aumentando, assim, o furo.
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