Microplásticos: como fica o meio ambiente?
Dicas de Vestibular
25/03/2021 14h29
Por Philippe Spitaleri, professor do Anglo Vestibulares
É muito comum ouvirmos, nos noticiários e em outros meios de informação, sobre a grande quantidade de materiais plásticos, como embalagens e sacolas, que chegam aos oceanos, causando enormes prejuízos para as mais diversas formas de vida. No entanto, muitas vezes, não refletimos sobre outro "tipo" de plástico de dimensões muito menores do que garrafas PET, os denominados microplásticos.
Esses materiais apresentam dimensões milimétricas (geralmente entre 1 e 5mm) e podem ser originados de fontes diversas. Uma delas, muito utilizada mundialmente, são os cremes esfoliantes, cosméticos para a limpeza e tratamento da pele, geralmente da face, que apresentam microesferas plásticas compostas de polietileno e polipropileno, dentre outros materiais.
Além dos cremes esfoliantes, o desgaste de pneus, a poluição urbana e até mesmo a lavagem de tecidos sintéticos são outras grandes fontes desses materiais que atingem o oceano. O último é um problema tão comum que foi até mesmo explorado por uma questão interdisciplinar de Química e Inglês na prova da Unicamp de 2021:
Nessa questão, é discutido que, além da poluição causada pelas micropartículas plásticas, estas, durante o processo de lavagem, liberam na água outras substâncias, como os plastificantes e os retardantes de chamas, presentes em sua composição, que atuam como poluentes para o meio ambiente.
É abordado, ainda, um produto que apresenta uma solução parcial para a contaminação dos oceanos pelas micropartículas plásticas. Trata-se de um saco de lavagem para as roupas que retém, em seu interior, tais micropartículas, evitando que atinjam os corpos de água. Essa é uma solução somente parcial pois, embora o saco retenha o material plástico, não conseguirá barrar as substâncias liberadas que se encontram dissolvidas na água.
Outro problema ambiental decorrente dos microplásticos é o fato de estes poderem reter em suas estruturas, principalmente pelo processo de adsorção, tanto poluentes orgânicos como metais pesados. Estes, por sua vez, quando absorvidos pelos seres vivos, tendem a se acumular nos níveis tróficos superiores das cadeias alimentares, por meio do processo denominado bioacumulação ou magnificação trófica.
Atualmente, embora algumas alternativas estejam sendo pesquisadas e desenvolvidas para minimizar a geração de micropartículas plásticas — como o saco para lavagem mencionado, a utilização de pequenas sementes como agentes esfoliantes no lugar de microesferas plásticas e propostas para a redução do número de embalagens plásticas produzidas, utilizadas e descartadas no ambiente —, a solução dos problemas em relação aos microplásticos ainda é extremamente complexa, uma vez que até a reciclagem de plásticos pode contribuir para a liberação dessas partículas para o ambiente.
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