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A transposição do rio São Francisco

Dicas de Vestibular

24/09/2018 14h03

Obras da Transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó, Pernambuco

Em 2007, iniciou-se uma das mais polêmicas obras dos últimos anos no Brasil: a transposição do rio São Francisco, que tem como objetivo o desvio de parte das águas do Velho Chico para áreas do semiárido nordestino. Entre 2017 e 2018, parte das obras foi finalizada e inaugurada, e a transposição do rio São Francisco ganhou novamente destaque nos noticiários, o que pode originar novas questões de vestibulares sobre o tema.

Apesar de parecer um projeto recente, a ideia da transposição remonta ao século XIX, quando, ainda no tempo do Brasil Império, discutia-se a possibilidade de as águas do São Francisco serem utilizadas para minimizar os impactos dos baixos índices de pluviosidade na região. Até as obras finalmente se iniciarem, houve muitas discussões sobre a viabilidade e o potencial do projeto, que só começou a sair do papel em 2007.

O projeto da transposição do São Francisco envolve a construção de dois canais principais de desvio de água, denominados de Eixo Norte e Eixo Leste, como pode ser observado no mapa abaixo.

As águas desviadas pelos canais artificiais abastecerão, de forma perene, trechos do sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O projeto prevê ainda a construção de estações de bombeamento, que, apesar de expandir o alcance das obras, resulta também no aumento do seu custo final.

Desde que o projeto da transposição do São Francisco começou a se consolidar, diversos agentes sociais, econômicos e políticos se manifestaram a favor de sua execução ou contrários a ela. Em geral, as questões de vestibulares que envolvem a transposição abordam alguns desses impactos.

Entre os impactos positivos, pode-se ressaltar que a transposição do São Francisco possibilita o fornecimento de água para aproximadamente 12 milhões de pessoas, segundo o Governo Federal. Esse volume de água poderá também estimular a economia local, especialmente com a introdução de práticas agrícolas irrigadas. As obras da transposição ainda geram milhares de empregos locais.

Os críticos da transposição, por sua vez, alegam que o seu custo é elevado. Inicialmente, estava orçado em aproximadamente 4,5 bilhões de reais, e em 2018, com parte das obras já finalizada, estima-se que o custo final deva ultrapassar 9 bilhões de reais. Além disso, o projeto inicial previa a conclusão em 2014, o que não ocorreu de fato. Outro argumento importante contra a transposição é que o desvio de água pode reduzir os níveis do rio São Francisco, o que pode afetar diversas atividades no curso do rio, como a irrigação, a produção de hidroeletricidade e o abastecimento de comunidades ribeirinhas.

Apesar de ser polêmica, a transposição do rio São Francisco tende a minimizar os impactos da seca no Sertão Nordestino, além de permitir que parte da população local seja beneficiada pela dinamização das atividades econômicas locais. Ainda assim, os debates a respeito da transposição permanecerão, e em breve será possível avaliar se de fato a sua construção foi a melhor opção para melhorar a vida da população do semiárido nordestino.

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