O rompimento de uma geleira no Himalaia e o estudo das formas de relevo
Por Israel Mielli, professor do Anglo Vestibulares
Na região Norte da Índia, uma geleira na do Himalaia se rompeu e deslizou para o rio Dhauliganga. O nível das águas elevou-se de tal maneira que arrasou pontes, estradas e até uma barragem próxima à hidrelétrica de Tapovan. Tal evento desperta curiosidade sobre as forças da natureza.
Muitas vezes subestimada, a natureza possui a capacidade de lentamente transformar a superfície da Terra e provocar grandes deslizamentos de terra. Essa transformação e suas consequências é, sem dúvida, a parte da Geografia Física na qual os estudantes mais encontram dificuldades.
As forças da natureza que transformam a superfície dividem-se entre as originadas no interior ou no exterior do planeta, respectivamente chamadas de endógenas e exógenas. As grandes responsáveis pelos deslizamentos são as forças exógenas: o intemperismo e a erosão.
Os processos do intemperismo são a fragmentação e a diluição das rochas, classificados respectivamente como intemperismo físico e químico. O primeiro ocorre quando há uma degradação física das rochas através de choques, enquanto o segundo ocorre através de reações químicas com a água, como dissolução e hidrólise. A consequência do intemperismo físico é a criação de pequenos fragmentos de rocha, enquanto o intemperismo químico é responsável por transformar as rochas em solos. Podemos chamar esses fragmentos e o solo de sedimentos o resultado do intemperismo.
Um dos conceitos que os estudantes mais confundem é o conceito de erosão. Podemos definir a erosão como o transporte dos sedimentos gerados pelo intemperismo. Nos vestibulares, com certeza, os exercícios mais comuns da Geografia Física são os que a abordam. Ela ocorre através dos chamados agentes erosivos, que moldam o relevo e a paisagem através do transporte de sedimentos de áreas mais altas para baixas. Há cinco principais agentes erosivos: a água da chuva, os ventos, os rios, as geleiras e as águas dos mares.
Como podemos relacionar esses conhecimentos ao fenômeno ocorrido na Índia? Ora, já há algumas décadas estamos acompanhando o debate em torno das mudanças climáticas, que, entre outras consequências, vêm intensificando o degelo, durante o verão, das calotas polares e de geleiras nos topos de montanhas. Sendo assim, podemos prever que, nas próximas décadas, o degelo e o congelamento de geleiras, e a erosão ocasionada neles, será cada vez mais comum e intenso. É possível imaginar, como vem ocorrendo nos últimos 20 anos, que veremos mais e mais desastres envolvendo rompimentos de geleiras e o caos decorrente deles.
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