enem – Dicas de Vestibular http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br Neste espaço, o vestibulando vai encontrar orientações, conteúdos que mais caem nas provas e dicas para se sair bem nos processos seletivos e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O conteúdo também pode ser útil aos interessados em provas de concursos. Fri, 31 Mar 2023 16:58:21 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Os sociólogos brasileiros mais conhecidos e suas teorias http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/11/03/os-sociologos-brasileiros-mais-conhecidos-e-suas-teorias/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/11/03/os-sociologos-brasileiros-mais-conhecidos-e-suas-teorias/#respond Thu, 03 Nov 2022 21:31:15 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2880 *Por Rene Araújo, professor do Anglo Vestibulares

O Brasil apresenta inúmeras contradições e complexidades, decorrentes da sua formação social, histórica, cultural, política e econômica. Vivemos em um país que necessita de análises, pesquisas, estudos e reflexões constantes, devido a sua formação social e toda a dinâmica e organização que o constitui. Diante desse cenário, muitos cientistas sociais dedicaram suas vidas à tentativa de compreender, decifrar e traduzir esse país. E conhecer alguns deles não só é importante, como também é necessário para que, a partir de suas obras, possamos buscar entender melhor a nós mesmo.

Um dos intelectuais mais conhecidos é o sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, autor de uma vasta obra sobre a formação da sociedade brasileira. Seu livro mais famoso é o clássico Casa-Grande e Senzala, onde o autor condena as ideias puristas de raça, que atribuíam o atraso brasileiro à miscigenação. Freyre, ao contrário, vai destacar a miscigenação como sendo a nossa principal característica, responsável pela nossa riqueza cultural, valorizando a contribuição indígena e africana para a nossa formação cultural. Porém, esse livro exige uma leitura crítica, pois contribuiu para a falsa ideia de que haveria uma democracia racial no Brasil, ideia responsável por alimentar discursos de que não existiria racismo no Brasil.

Outro nome importante é o de Sérgio Buarque de Holanda, apesar de ter formação em história, os escritos do autor ajudaram no desenvolvimento de diversos estudos sociológicos sobre a sociedade brasileira. Sua obra mais conhecida é Raízes do Brasil, livro em que o autor trata da formação social brasileira e apresenta a ideia do “homem cordial” e de como a pessoalidade prevalece sobre a impessoalidade nas relações sociais, o que acabaria por dificultar a modernização democrática do Estado brasileiro e a manutenção de práticas patrimonialistas.

E pensar a sociologia no Brasil é pensar a obra de Florestan Fernandes, autor de inúmeros livros que buscaram refletir criticamente a realidade brasileira e o papel da sociologia diante desse cenário. Destaque para os estudos acerca da desigualdade social e racial no país, cuja obra do sociólogo teve contribuição central sobre esses assuntos e influência sobre vários outros autores. Discípulos de Florestan, podemos incluir aqui também os sociólogos Octávio Ianni e Fernando Henrique Cardoso, cujas obras abordam o desenvolvimento econômico e social, a teoria da dependência, o preconceito racial no brasil, e política e relações internacionais.

Outra figura muito conhecida é o antropólogo e sociólogo Darcy Ribeiro, responsável por inúmeras etnografias dos povos indígenas do Brasil, Ribeiro também teve grande atuação no projeto do Parque Nacional do Xingu e na construção da UNB. Autor de uma vasta obra, vale destacar o livro O povo brasileiro, onde o autor apresenta a sua interpretação sobre a nossa formação e composição étnica e cultural.

Autor de grande relevância da sociologia brasileira nos dias atuais, Ricardo Antunes é um dos principais estudiosos do mundo do trabalho contemporâneo e sua organização no Brasil. Partindo da teoria marxista, o sociólogo tem apresentado as contradições e precarizações que caracterizam o mercado de trabalho da classe trabalhadora no país.

Por fim, nos últimos anos, as análises sociológicas de Jessé Souza têm ganhado muito espaço no debate acadêmico e público. Obras como A elite do atraso e Brasil dos humilhados, apresentam uma leitura crítica sobre as ideias que fundaram e legitimaram as interpretações hegemônicas sobre o Brasil, a serviço das elites e em detrimento da exploração da “ralé”, como diz o autor.

Enfim, em um país como o nosso, não faltam tentativas de explicar a nossa realidade e os problemas que a constituem, assim como a nossa diversidade étnica-cultural e todos os componentes que marcam nossa identidade nacional. Portanto, a sociologia brasileira se desenvolveu ao longo das últimas décadas através das obras desses e de tantos outros pensadores fundamentais para se compreender nossa sociedade.

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Quais são os principais filósofos cobrados no ENEM? http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/07/08/quais-sao-os-principais-filosofos-cobrados-no-enem/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/07/08/quais-sao-os-principais-filosofos-cobrados-no-enem/#respond Fri, 08 Jul 2022 18:53:27 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2790 *Por Renata Esteves, professora do Anglo Vestibulares

A disciplina de filosofia está inserida na prova do ENEM na área de ciências humanas e suas tecnologias. As questões buscam avaliar o domínio sobre a operação de conceitos filosóficos clássicos desenvolvidos por pensadores de todos os períodos do pensamento ocidental. Deste modo, são inúmeros os filósofos que podem ser cobrados na prova, sendo que o edital não delimita nomes específicos.

No entanto, os estudantes devem concentrar seus estudos nos conceitos mais conhecidos, pois o que será avaliado é a habilidade desempenhada em relação à leitura e compreensão dos textos de filosofia. Assim, se o aluno dominar a operação dos conceitos básicos, naturalmente desenvolverá um maior domínio diante dos textos filosóficos de maneira geral.

As questões de filosofia do ENEM muitas vezes possuem um caráter conteudista, isto é, cobram o significado ou a denominação do conceito sem oferecer textos que auxiliam diretamente na sua resolução. Esse é mais um motivo para o aluno se dedicar ao estudo dos conceitos mais clássicos, pois, quando a prova aposta em questões sobre filósofos menos convencionais, costuma oferecer textos mais interpretativos.

A prova exige o conhecimento de toda a filosofia antiga grega, abordando desde o pensamento dos pré-socráticos até as escolas do helenismo (estoicismo, cinismo, epicurismo e ceticismo). Aborda também o pensamento medieval dos filósofos cristãos (Santo Agostinho e São Tomás de Aquino). Em relação aos pré-socráticos, o aluno deve conhecer as problematizações sobre a cosmologia e a ontologia. Sobre o pensamento socrático e platônico, deve dominar os conceitos de dialética, maiêutica, mundo sensível e inteligível. A partir daí deve compreender a distinção entre a teoria platônica e a aristotélica, dominando os conceitos aristotélicos de ato, potência, substância, essência e acidente.

A prova aborda também o tema da teoria do conhecimento e exige o domínio sobre teorias antigas de Platão e Aristóteles. Em relação às teorias modernas, cobra-se o conhecimento a respeito do paradigma moderno configurado pela revolução científica. O estudante precisa ter sobretudo, compreensão das teorias racionalista, empirista e criticista, devendo estudar o racionalismo de Platão e de Descartes, o empirismo de J. Locke e D. Hume e a conciliação do criticismo em I. Kant. Além disso, é importante ter algum domínio sobre o pensamento contemporâneo da fenomenologia de Merleau Ponty.

Outro tema frequente na prova se refere às teorias políticas e exige o conhecimento da sofocracia platônica e das teorias aristotélicas. Já em relação às teorias modernas, aborda a teoria de Maquiavel e os contratualistas (Hobbes, Locke e Rousseau) exigindo conhecimento sobre os diferentes regimes políticos e operando com conceitos de democracia, autoritarismo, liberalismo e totalitarismo. As teorias contemporâneas da Escola de Frankfurt são exigidas com frequência, abordando o tema da Indústria Cultural e da Razão Instrumental.

O tema da ética também é muito frequente e cobra questões sobre o pensamento antigo socrático/platônico, a eudaimonia aristotélica e as escolas do helenismo. Em relação às teorias da modernidade, a prova aborda sobretudo a oposição entre a ética kantiana e o utilitarismo de Bentham. Sobre as teorias contemporâneas, traz temas de bioética, ética no universo digital e a razão comunicativa de J. Habermas.

Por fim, a prova exige também o conhecimento sobre os filósofos contemporâneos e o paradigma da “pós-modernidade”, apresentando excertos de pensadores como Nietzsche, Sartre, Foucault, Deleuze e Derrida.

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A internet e os movimentos sociais: as ideias de Manuel Castells no Enem http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2021/12/03/a-internet-e-os-movimentos-sociais-as-ideias-de-manuel-castells-no-enem/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2021/12/03/a-internet-e-os-movimentos-sociais-as-ideias-de-manuel-castells-no-enem/#respond Fri, 03 Dec 2021 20:21:15 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2653 *Por Marcelo Ribeiro de Carvalho, professor do Anglo Vestibulares

Como os temas relacionados à Sociologia Contemporânea são os mais cobrados no Enem, um pensador que costuma aparecer com frequência e que merece destaque é o sociólogo espanhol Manuel Castells, ganhador, em 2012, do Prêmio Holberg, uma espécie de Nobel das ciências sociais. Da sua vasta obra — afinal, é autor de quase 50 livros —, duas temáticas se sobressaem: a internet e os movimentos sociais.

Com relação à internet e seus impactos na sociedade, Castells propôs o conceito de sociedade em rede para caracterizar a estrutura social emergente na era da informação, substituindo gradualmente a sociedade da era industrial. A sociedade em rede é global, mas com características específicas para cada país, de acordo com sua história, sua cultura e suas instituições. Trata-se de uma estrutura em rede que se torna a forma predominante de organização de qualquer atividade. Essa estrutura não surge por causa da tecnologia, mas devido a exigências do mercado em relação à flexibilização dos negócios e das práticas sociais, que só se tornaram possíveis graças às tecnologias da informática presentes nas redes de comunicação.

Por outro lado, o sociólogo denuncia que não há privacidade nas redes, pois as empresas utilizam os dados pessoais e os vendem, e os usuários que gostam de “inteirar-se” da vida dos outros (por meio das redes) o fazem. A novidade é que antes só os poderosos podiam espionar, agora qualquer cidadão com um celular pode gravar os poderosos. Para Castells, os dados pessoais foram transformados em mercadorias e as empresas do Vale do Silício prestam serviços que são pagos com dados pessoais. Em compensação, se as redes sociais não podem garantir a liberdade, elas tornam mais difícil a opressão, pois, se é possível identificar e punir o mensageiro, uma vez na rede, não é mais possível deter a mensagem.

Em relação à política, Castells afirma que “a comunicação em rede está revitalizando a democracia”. Ele identifica os traços característicos dos movimentos sociais da sociedade em rede, como movimentos que articulam a presença na internet com a presença espontânea nas ruas e praças, são movimentos descentralizados, que surgem espontaneamente da indignação contra a injustiça, sem organização partidária e sem liderança centralizada. Seus temas e origens são muito diversos, mas repetem as mesmas formas e em todos eles o espaço de autonomia que a rede representa é essencial.

Esses movimentos são um sintoma da crise da democracia representativa atual, dominada por partidos a serviço deles mesmos e não dos cidadãos, eleições controladas pelo dinheiro e pelos meios de comunicação, corrupção sistêmica de todos os partidos políticos e em quase todos os países. A comunicação em rede oferece enormes possibilidade de incrementar a participação cidadã ao invés de reduzir a democracia a um voto midiatizado a cada quatro anos. Com as redes, a sociedade se expressa através de formas autônomas de debate, organizando manifestações online e nas ruas, revitalizando a democracia.

Em Sociologia, é muito comum que as questões apresentem fragmentos da obra de importantes pensadores e exijam de vocês uma leitura atenta, uma interpretação criteriosa e a escolha de uma alternativa que seja pertinente ao raciocínio do autor apresentado. Fiquem atentos e bons estudos!

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Para que serve a filosofia? http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2021/08/16/para-que-serve-a-filosofia/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2021/08/16/para-que-serve-a-filosofia/#respond Mon, 16 Aug 2021 16:07:16 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2606 Por Felipe Leal, professor do Anglo Vestibulares

A ideia de retirar a obrigatoriedade da filosofia no ensino médio, que chegou a estar presente nas discussões sobre a última reforma do ensino médio, foi derrotada após significativa resistência da sociedade. Ainda bem. Afinal, a filosofia pode auxiliar de maneira decisiva em uma educação voltada para lidar com desafios dos nossos tempos, estando longe de representar um luxo que atrapalha o necessário ou uma doutrinação que impede o pensamento.

 

Alguns defendem que de nada adianta ensinar Platão e Descartes a estudantes que sequer dominam a compreensão de texto e operações matemáticas básicas. Argumento falacioso, pois pressupõe uma separação rígida entre competências e habilidades que, de fato, estão integradas. Senão vejamos. O Enem requisita a elaboração de uma dissertação argumentativa, com exigência de recurso a repertório cultural próprio. Ora, é na tradição filosófica que se encontrarão as dissertações mais exemplares da história, bem como os conceitos que permitem informar melhor muitas discussões. E que dizer da matemática, que, do teorema de Pitágoras ao plano cartesiano, poucas vezes esteve separada da filosofia? O ensino da lógica, por exemplo, pode ser tanto um pressuposto como um auxílio na compreensão e resolução de problemas matemáticos.

 

E essa correlação com outras matérias não é a única contribuição da filosofia. Ela também é fundamental para a formação do pensamento político autônomo – uma urgência de nossos tempos. Muito se fala, hoje, de novas formas de manipulação política, sobretudo por meio das novas tecnologias digitais. O entendimento básico sobre tendências políticas como o socialismo e o liberalismo contribui para que internautas não sejam capturados por discursos fáceis, que se valem da ignorância e de vieses cognitivos para apresentar generalizações toscas como visões filosóficas sérias. Ensinar filosofia não é doutrinar, e sim formar as bases que evitam a doutrinação, favorecendo a formação de indivíduos que saibam se posicionar e debater, dialogando com a tradição e, quem sabe, fazendo-a um dia avançar.

 

Algo análogo se dá quanto à ciência. A desinformação pressupõe ausência de critérios, de um senso crítico capaz de separar o que é científico do que não é. De Bacon e Galileu a Popper e Kuhn, os fundamentos da filosofia da ciência são vacinas contra a infodemia dos nossos tempos. Mais do que isso, é a filosofia que permite pensar para além do método, distinguindo um uso instrumental da razão (preocupado com os meios de dominação da natureza e do ser humano) de um uso crítico (preocupado com a emancipação humana), como se vê nas importantes discussões sobre bioética. Sem filosofia, as ciências podem ser moralmente cegas e, por isso, até perigosas.

 

Sendo assim, não devemos dizer que ainda é importante ensinar filosofia nas escolas, e sim que sobretudo hoje é fundamental fazê-lo, como talvez em poucos momentos da história recente. E as supostas preocupações com o “ensino do básico” e a “doutrinação” deveriam ter a coragem de explicitar o que maquiam tão bem em seus discursos: a preocupação quanto a um ensino crítico e plural, capaz de formar uma juventude que pensa por si mesma.

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Figuras de linguagem no vestibular http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/11/12/figuras-de-linguagem-no-vestibular/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/11/12/figuras-de-linguagem-no-vestibular/#respond Thu, 12 Nov 2020 16:46:27 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2375 Por Henrique Balbi, professor do Anglo Vestibulares

A interpretação de texto costuma ser vista como uma matéria esquiva, difícil de estudar. Tomada mais como habilidade do que conteúdo, ela não parece tão palpável quanto conceitos da matemática, das ciências da natureza, ou mesmo da gramática (se ficarmos dentro das frentes de Língua Portuguesa). Nesse sentido, as figuras de linguagem seriam uma exceção: oferecem-se em lista para os alunos, que muitas vezes correm para decorá-las, como se fossem a fórmula da progressão geométrica ou as propriedades de um ácido.

Mas decorar talvez não seja a melhor maneira de entender as figuras de linguagem. E nem se pode contorná-las, deixando-as para depois ou só pulando o assunto: de modo direto ou indireto, elas têm uma alta incidência nos vestibulares. Aparecem às vezes na prova de literatura, em versos ou trechos cruciais para o sentido geral do texto. Outras vezes, são cobradas a seco, com o enunciado pedindo para apontarmos qual figura aparece num texto ou em qual trecho identificamos sua ocorrência.

Pela sua variedade de nomes e funções, as figuras de linguagem podem assustar o aluno mais ansioso. Parecem tantas, com nomes tão diferentes (muitos derivados do grego), que seriam impenetráveis, indecifráveis. É preciso ter calma, antes de tudo – nem de longe elas são uma esfinge ou uma quimera.

Comecemos com o que todas têm em comum: aludem ao sentido figurado da linguagem, isto é, um sentido ampliado, além do literal (o famoso “pé da letra”). Se digo que o vestibular exige ler Machado de Assis, já estou usando uma figura de linguagem. Afinal, pensando “literalmente”, não é o autor que vamos ler, e sim uma obra dele. Ampliamos, portanto, o sentido do nome, que agora se refere a algo mais do que à pessoa física, além dela. Usamos uma figura de linguagem — no caso, a metonímia, uma figura de contiguidade (ou proximidade, vizinhança), pela relação que existe entre o autor (a palavra que substitui) e a obra (a palavra que foi substituída).

A partir de um exemplo tão trivial, observamos também que as figuras de linguagem estão muito presentes na nossa vida. Ouça com atenção as frases do seu dia a dia, ditas ou escritas por amigos e familiares. Duvido que você não encontrará pelo menos uma figura de linguagem, às vezes invisível de tão repetida. O carro morreu, por exemplo. Não é literal, já que o carro nunca esteve vivo para depois morrer. É, na verdade, uma ampliação de sentido do verbo, por meio de uma semelhança: a frase estabelece uma similaridade entre um objeto inanimado e algo próprio aos seres animados ou aos humanos. É a famosa personificação ou prosopopeia.

Em vez de decorar, a melhor estratégia, então, é compreender que relações lógicas (semelhança, contiguidade, oposição, tensividade etc.) estão em jogo. O aluno pode ter na ponta da língua todos os nomes e definições de figuras de linguagem, mas isso o ajudará só até certo ponto. Aliás, nem é o principal. Para os exames mais concorridos e desafiadores, o foco é saber identificar o jogo de ideias e significados construído com as palavras. Em resumo: ler com atenção. Saber por que, por exemplo, a frase Figuras de linguagem são um delicioso problema poderia ser considerada uma antítese, isto é, uma junção de contrários. Como você explicaria?

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Prêmio Nobel de Química e a nova era na edição de DNA http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/10/20/premio-nobel-de-quimica-e-a-nova-era-na-edicao-de-dna/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/10/20/premio-nobel-de-quimica-e-a-nova-era-na-edicao-de-dna/#respond Tue, 20 Oct 2020 17:04:03 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2350

Nesse ano de 2020, duas pesquisadoras, a francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer Doudna, foram laureadas com o prêmio Nobel de Química. É a primeira vez que duas mulheres são premiadas juntas. Antes delas apenas 5 mulheres haviam ganhado o prêmio de química contra 183 homens. O trabalho digno de premiação envolve o CRISPR/Cas9, um complexo presente no sistema imunológico de bactérias.

A sigla CRISPR vem do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats que pode ser traduzida como Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, e se refere a um agrupamento específico de DNA capaz de guardar informação sobre o material genético de vírus que tenham tentado infectar uma bactéria. Já a Cas9 é uma proteína capaz de cortar o DNA em pontos específicos. Aprender sobre o funcionamento do CRISPR/Cas9 abriu as portas para uma nova era na edição de DNA, trazendo a promessa de cura para diversas doenças, mas também uma série de questões éticas sobre a possibilidade de alterações na informação genética da nossa própria espécie.

A edição de DNA não é uma novidade. Vários transgênicos importantes para a medicina, como bactérias produtoras de insulina humana, e uma série de outros, comumente usados na agricultura, como o milho Bt, foram obtidos através de técnicas mais antigas de edição de DNA. A chamada técnica do DNA recombinante, que contava com enzimas de restrição também descobertas em bactérias, já apareceu diversas vezes nos vestibulares, incluindo o ENEM.

A grande novidade trazida pelo CRISPR/Cas9 é sua maior precisão quando comparada com as técnicas de edição de DNA mais antigas. Na bactéria, o CRISPR funciona como uma espécie de biblioteca que contém cópias do DNA de vírus que tentaram infectar a bactéria no passado. No caso de uma nova infecção, a bactéria transcreve o trecho de DNA viral dessa biblioteca e produz uma molécula de RNA. Se esse RNA encontra no genoma bacteriano um trecho de DNA complementar a si, a bactéria identifica que foi infectada e a proteína Cas entra em ação retirando o trecho do DNA invasor de seu cromossomo, livrando a bactéria da infecção. Os cientistas podem desenhar moléculas especificas de RNA e, assim, usar essa técnica para retirar, inserir ou modificar trechos de DNA em determinados genes das células.

Apesar de o potencial dessa técnica só começar a ser de fato compreendido a partir de 2012, muitas pesquisas promissoras já foram realizadas. Em 2019, os cientistas foram capazes de remover pela primeira vez o vírus HIV-1 de células de animais vivos. Também foi possível desativar genes que levam à insuficiência renal em ratos e fazer com que células do pâncreas com genes associados a diabetes tipo I voltassem a produzir insulina. Porém, um uso no mínimo controverso foi feito pelo pesquisador chinês He Jiankui, que modificou geneticamente embriões humanos para torná-los mais resistentes ao vírus da Aids. As gêmeas geradas no processo nasceram no final de 2018, e o feito rendeu ao pesquisador dois anos de cadeia por ter realizado ilegalmente a manipulação genética de embriões para fins reprodutivos.

Provavelmente a era da edição do nosso próprio genoma está só começando, e, uma vez que novos genes forem inseridos em um ou outro indivíduo, eles passarão a fazer parte do repertório genético de toda a humanidade. Entender os limites éticos dessas alterações não cabe apenas aos cientistas, mas à sociedade como um todo.

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Como aproveitar as férias para ampliar o repertório para Redação http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/03/como-aproveitar-as-ferias-para-ampliar-o-repertorio-para-redacao/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/03/como-aproveitar-as-ferias-para-ampliar-o-repertorio-para-redacao/#respond Fri, 03 Jul 2020 19:11:58 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2235 Por Nara Lya Cabral, professora do Anglo Vestibulares

A redação é um dos momentos mais esperados – e temidos – na trajetória do vestibulando. Boa parte da apreensão dos estudantes decorre da percepção de que produzir uma redação é um ato complexo que envolve a mobilização simultânea de diversas habilidades. O ENEM, por exemplo, avalia cinco competências: dentre elas, a mobilização de conhecimentos construídos ao longo da formação do candidato para a defesa de um ponto de vista. É aí que entra o famoso “repertório”.

Uma das estratégias de mobilização de repertório mais exploradas pelos candidatos em grandes vestibulares ocorre no chamado “argumento de autoridade” (quando citamos ideias fundamentais de pensadores a fim de dar legitimidade a um argumento). No entanto, para além de conceitos de grandes áreas do saber, há outros tipos de repertório cujo domínio contribui para uma boa redação.

Dois deles, em especial, merecem a atenção dos vestibulandos durante as férias de julho – período que pode ser aproveitado para intensificar o contato com conteúdos muitas vezes negligenciados no restante do ano.

1. Investir no abastecimento do repertório sobre atualidades é uma ótima forma de se preparar para a discussão de temas que podem ser cobrados nas propostas de redação, já que os principais vestibulares do país costumam estar atentos a assuntos de alta relevância e visibilidade social. É o que mostra um estudo realizado pelo pesquisador da USP Ivan Paganotti: nas provas de 2010 a 2019 da FUVEST, temas atuais e textos noticiosos apareceram com frequência semelhante à de obras literárias.

Uma boa dica é reservar um horário diário para a leitura de jornais (impressos ou digitais). É importante estar atento à credibilidade dos veículos lidos (vale priorizar publicações tradicionais, de grande circulação e reconhecimento no mercado jornalístico) e buscar veículos que apresentem diferentes visões de mundo.

2. Produções culturais – como filmes e séries – também podem oferecer contribuições relevantes à elaboração de argumentos. Em relação a esse tipo de repertório, o estudante deve estar ciente de que citar obras culturais na redação não possui necessariamente a mesma função que a referência a ideias de pensadores e especialistas. Isso porque produções culturais nem sempre são úteis à construção de argumentos de autoridade; por outro lado, o simples fato de uma temática ser explorada em um filme ou série pode ser invocado como indício significativo da relevância e envergadura do tema em questão.

Uma dica é priorizar o consumo de produtos audiovisuais que tratem de temas relevantes no debate público atual, abordem problemáticas sociais, explorem fatos históricos, sejam inspiradas em fatos reais ou possuam caráter documental. Para as férias, esse é um caminho para ampliar o repertório cultural ao mesmo tempo em que se recarregam as baterias para o segundo semestre.

Boas férias!

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Ventiladores pulmonares e respiração: um olhar físico sobre os processos http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/05/15/ventiladores-pulmonares-e-respiracao-um-olhar-fisico-sobre-os-processos/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/05/15/ventiladores-pulmonares-e-respiracao-um-olhar-fisico-sobre-os-processos/#respond Fri, 15 May 2020 14:25:46 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2203 *Por Márcio Miranda, professor de Física do Anglo Vestibulares

Dispneia é o termo médico que descreve a falta de ar em pacientes acometidos por doenças respiratórias, problemas cardíacos ou crises de ansiedade. Esse também é um dos sintomas da covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dificuldade de respirar está relacionada a 19% a 35% dos casos confirmados da doença. Embora a maioria das pessoas afetadas por covid-19 (aproximadamente 80%) se recupera da doença sem a necessidade de tratamento especial, uma em cada seis torna-se gravemente doente e desenvolve a dificuldade de respirar.

Para respirar normalmente, há uma demanda energética do corpo humano, que corresponde de 3% a 5% do metabolismo. Durante a inspiração, os principais músculos exigidos são diafragma, intercostais externos e grande peitoral. Eles promovem a expansão dos pulmões, que são órgãos muito elásticos. Toda vez que os pulmões são insuflados, dois fenômenos físicos destacam-se: (1) o volume interno aumenta, provocando uma diminuição da pressão que determina um fluxo de ar de fora para dentro, e (2) há um acúmulo de energia potencial elástica, que é fundamental para promover a retração do órgão durante a expiração.

Quando há dispneia, como no caso da covid-19, o escoamento do ar pelas vias aéreas é turbulento. Nessa condição, a passagem do ar experimenta uma força de arrasto oposta à velocidade com que a massa de ar se desloca, dificultando sua movimentação. Por meio de um estetoscópio, o médico percebe vibrações típicas na ausculta do paciente. Na expiração, a compressão exercida pela parede torácica e pelos músculos do abdômen aumenta a pressão intrapulmonar, expulsando os gases decorrentes das trocas gasosas realizadas nos alvéolos pulmonares. Nessa fase, a diminuição do volume determina o aumento da pressão interna. A frequência com que esses movimentos se repetem denomina-se frequência respiratória e varia com idade do paciente. Para se ter uma ideia, ocorrem cerca de 20 ciclos por minuto para indivíduos entre 15 e 20 anos.

A ventilação mecânica ou artificial tem como objetivo prover o fornecimento de ar ao paciente parcial ou completamente, mantendo as trocas gasosas que foram descritas anteriormente. Dessa forma, o ventilador mecânico (equipamento que realiza a ventilação) deve seguir algumas etapas:

  • fase inspiratória: estabelece-se uma diferença de pressão entre a entrada das vias aéreas e alvéolos pulmonares;
  • pausa inspiratória: fecham-se as válvulas inspiratória e expiratória simultaneamente ao final da inspiração, mantendo dentro dos pulmões o volume corrente;
  • fase expiratória: abre-se a válvula expiratória para o ambiente possibilitando que os pulmões voltem ao volume inicial, expulsando parcialmente os gases no seu interior;
  • pausa expiratória: fecha-se a válvula expiratória e abre-se a válvula inspiratória dando início a primeira fase e recomeçando o ciclo.

Em função da avaliação médica das condições do paciente, o ventilador mecânico pode suprir todas as necessidades agindo em todas as etapas da respiração ou atuar de forma controlada durante a fase inspiratória ou expiratória. Ainda é possível controlar o ventilador a partir da fixação de parâmetros como volume (ventilação com volume controlado) ou pressão (ventilação com pressão controlada), além de ser opcional fixar ou não a frequência respiratória.

Uma equipe multidisciplinar da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um protótipo de ventilador pulmonar de baixo custo, com tecnologia totalmente nacional, a partir de componentes existentes no mercado brasileiro evitando a importação ou a necessidade de desenvolvimento de novas peças. O protótipo chama-se INSPIRE e pode ser acessado através do endereço https://www.poli.usp.br/inspire/diario-de-bordo-projeto-inspire.

Os conteúdos curriculares da disciplina de Física associados à respiração e ao ventilador mecânico que podem estar presentes nos exames vestibulares deste ano são transformações gasosas e lei geral dos gases. Quando uma amostra de gás ideal experimenta uma transformação entre dois estados A e B, tem-se:

na qual N representa o número de mols da amostra e p, V e T correspondem às variáveis de estado pressão, volume e temperatura, respectivamente.

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Como as históricas pandemias são cobradas nos vestibulares http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/04/30/como-as-historicas-pandemias-sao-cobradas-nos-vestibulares/ Thu, 30 Apr 2020 20:37:56 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2195 *Por Gianpaolo Dorigo, professor de História do Anglo Vestibulares

Uma prova de História não é uma prova de Atualidades, e isso é válido tanto para o ENEM quanto para os grandes vestibulares. Todavia, temas ou preocupações contemporâneas podem servir de pretexto para investigar situações semelhantes no passado, e isso é recorrente em diversas avaliações. Nesse contexto, chamam a atenção dois importantes acontecimentos: a peste negra de 1347 e a gripe espanhola de 1918-1919.

No caso da Peste Negra, é importante relacionar a expansão da pandemia com a dinamização da grande rota comercial que ligava a Europa à Ásia (via mediterrâneo e rota da seda) ocorrida nos séculos finais da Idade Média. Pela grande rede de caminhos terrestres e marítimos que atravessava esses espaços circulavam mercadorias e pessoas, riquezas e germes – quase uma antecipação do processo de globalização que vivemos. É importante destacar também o processo de urbanização ocorrido nesse período, sobretudo na Europa, e que resultou na construção de cidades “atravancadas”, em que predominavam condições de higiene precárias, adequadas à expansão de doenças.

No caso da gripe espanhola, é necessário relacionar a pandemia com o contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que promoveu uma ampla circulação de efetivos militares em todo o mundo (na casa de milhões de soldados, além de refugiados), bem como com as condições insalubres das trincheiras, tão características desse conflito. Aparentemente, o vírus da gripe espanhola teria surgido em 1917, no Kansas, região conhecida pela criação de gado, e transferido para a Europa junto com os soldados do exército dos Estados Unidos. A doença disseminou-se em meios às trincheiras e, com o final da guerra, tornou-se uma pandemia, com a desmobilização das tropas (que voltaram para seus países de origem), libertação de prisioneiros de guerra e movimento de refugiados – na medida em que os tratados do pós-guerra criavam novas fronteiras.

Na gripe espanhola, ocorreu uma importante politização da enfermidade: durante a guerra, era necessário que a existência de uma epidemia não fosse de conhecimento do inimigo. Dessa forma, muitas medidas sanitárias simplesmente não foram tomadas. O próprio nome da gripe, “espanhola”, foi consequência dessa situação: como a Espanha foi um dos poucos países europeus não envolvidos no conflito, as notícias sobre a epidemia eram divulgadas abertamente, dando a impressão de que a doença só existia nesse país.

Convém lembrar também a relação entre o desenvolvimento e mutações de vírus em áreas de criação de mamíferos (gado bovino, suíno etc.). Se, por um lado, essas criações acabam resultando em problemas de saúde, por outro, o organismo das populações que convivem com elas acaba por desenvolver defesas. Como consequências, populações que não se dedicam a esse tipo de criação em larga escala são menos propensas às doenças, mas, ao mesmo tempo, mais frágeis quando em contato com aquelas trazidas de fora – o que se verificou de forma dramática entre as populações nativas da América em seu contato com europeus.

Ainda no contexto da politização da saúde pública, chamam atenção os episódios que resultaram na Revolta da Vacina em 1904, no Rio de Janeiro. Como se sabe, a criação da lei de vacinação obrigatória contra a varíola foi o estopim do movimento, que se manifestou através de grande participação popular. Outros fatores explicam a revolta contra a vacina, como a urbanização do Rio de Janeiro, e o consequente deslocamento forçado da população mais pobre do centro para a periferia, com o objetivo de construir novas avenidas e monumentos. Mas é importante acrescentar o fato de que grupos de oposição florianistas (afastados do poder desde 1898) e positivistas se aproveitaram da situação para tentar se rearticular, ocorrendo inclusive uma sublevação da Escola Militar da Praia Vermelha durante a revolta.

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O que são Ligações Químicas e como esse tema é abordado nos vestibulares http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/04/02/o-que-sao-ligacoes-quimicas-e-como-esse-tema-e-abordado-nos-vestibulares/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/04/02/o-que-sao-ligacoes-quimicas-e-como-esse-tema-e-abordado-nos-vestibulares/#respond Thu, 02 Apr 2020 14:26:48 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2141 *Por Philippe Spitaleri, professor de química do Anglo Vestibulares

A maior parte dos átomos na natureza encontram-se ligados a outros átomos, por meio das denominadas ligações químicas. Essas interações, de natureza elétrica, são responsáveis pela manutenção da coesão das diversas estruturas que encontramos em nosso dia a dia e apresentam algumas particularidades, as quais são frequentemente exploradas nos principais vestibulares.

Veja a seguir uma questão da prova da FUVEST (2020) que apresentou essa temática:

Essa questão trabalha, de uma maneira conceitual, as possibilidades de combinações entre os átomos, originando diferentes tipos de compostos.

Os átomos de sódio (Na) e césio (Cs), mencionados no texto, correspondem a elementos metálicos pertencentes à família dos metais alcalinos, assim, poderiam se conectar por meio do estabelecimento de uma ligação metálica.

A ligação metálica ocorre entre átomos de metais através da formação de uma rede de elétrons deslocalizados, também denominada de mar de elétrons. Esses elétrons, relativamente livres, apresentam certa mobilidade e são responsáveis pelas propriedades que geralmente observamos nos metais, como a boa condutividade térmica e elétrica.

A seguir, temos uma representação da ligação metálica. Observe a presença dos cátions metálicos envolvidos pelo mar de elétrons:

 

Fonte: https://chem.libretexts.org/Bookshelves/Physical_and_Theoretical_Chemistry_Textbook_Maps/ Supplemental_Modules_(Physical_and_Theoretical_Chemistry) /Chemical_Bonding/Fundamentals_of_Chemical_Bonding/Metallic_Bonding acesso em 18/02/2020

 

Em função do tipo de ligação entre metais, os compostos formados não podem ser denominados de moléculas.

As moléculas ou compostos moleculares são formados por meio de ligações do tipo covalente que ocorrem entre átomos de não-metais (ametais).

A ligação covalente é caracterizada pelo compartilhamento de elétrons entre os átomos e pode ser representada por meio de linhas de ligação. A seguir, temos a representação de uma molécula na qual os átomos estão conectados por meio de ligações do tipo covalente:

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Formula-estrutural-do-carbendazim_fig1_272908419 acesso em 19/02/2020

 

As propriedades dos compostos moleculares são bem distintas das propriedades dos compostos metálicos, em função dos tipos de átomos e da ligação formada entre eles.

Além dessas ligações descritas, existe um terceiro tipo que ocorre entre átomos de metais e ametais, denominada de ligação iônica. Esta ocorre por meio de uma transferência de elétrons entre metais e ametais, formando os compostos iônicos, distintos dos compostos metálicos e moleculares descritos anteriormente. Um exemplo característico de composto iônico é o cloreto de sódio (NaCl), principal componente do sal de cozinha.

Essas substâncias apresentam algumas propriedades bem definidas, como elevadas temperaturas de fusão e ebulição, encontrarem-se no estado sólido à temperatura ambiente e conduzirem corrente elétrica quando fundidas ou dissolvidas em água. Observe a seguir uma representação do retículo cristalino iônico do cloreto de sódio:

 

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/caracteristicas-propriedades-dos-compostos-ionicos.htm acesso em 19/02/2020

 

Em relação aos principais exames vestibulares, são relativamente comuns questões que abordam os três tipos de ligações simultaneamente, exigindo que o aluno seja capaz de identificar os principais tipos de compostos formados a partir de cada uma. Veja um exemplo desse tipo de questão que apareceu na prova da FUVEST (2016):

 

Caso você tenha assinalado a alternativa (e) para a primeira questão apresentada e alternativa (a) para a segunda, muito bem, você gabaritou o assunto!

O estudo das ligações é de fundamental importância para uma boa realização da prova de química nos principais vestibulares do país, e o seu bom entendimento é um pré-requisito para a compreensão de tópicos mais avançados, como Termoquímica e Reações Orgânicas.

Desse modo, vale a pena dedicar algumas horinhas a mais a esse tema.

Bons estudos!

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