Anglo – Dicas de Vestibular http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br Neste espaço, o vestibulando vai encontrar orientações, conteúdos que mais caem nas provas e dicas para se sair bem nos processos seletivos e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O conteúdo também pode ser útil aos interessados em provas de concursos. Fri, 31 Mar 2023 16:58:21 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 As chuvas orográficas no Brasil http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/05/04/as-chuvas-orograficas-no-brasil/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2022/05/04/as-chuvas-orograficas-no-brasil/#respond Wed, 04 May 2022 15:21:28 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2727 *Por Hugo Anselmo, professor do Anglo Vestibulares

A formação de chuvas, ou precipitações, é um dos fenômenos mais comuns no planeta; suas dinâmicas e regularidades estão diretamente relacionadas às atividades antrópicas, isto é, aquelas promovidas pelo Homem, como a agropecuária, turismo e até mesmo a urbanização.

De maneira geral, a formação de chuvas depende de três fatores: a presença de ar úmido, que fornece a umidade necessária para a precipitação; os núcleos de condensação, importantes para o vapor de água na atmosfera se condensar e formar gotas; e, por fim, um mecanismo de levantamento que força o ar a subir para a alta atmosfera, esfriar e atingir o ponto de orvalho, momento de condensação do vapor.

Apesar de, inicialmente, parecer um processo complicado, podemos resumir a formação das chuvas na ascensão de umidade e na condensação dela, que resulta na precipitação.

Tradicionalmente, classificamos as chuvas em três tipos: convectivas, frontais e orográficas. Em todas, há um fator importante, responsável pelo movimento ascendente do ar. Observe a imagem abaixo:

As chuvas orográficas são formadas quando barreiras naturais, como uma cordilheira, regiões montanhosas ou planaltos encontram-se no caminho de ventos. O ar, por sua vez, se eleva acima dessas barreiras. O que prossegue é o resfriamento dele e, finalmente, a precipitação.

A região atingida por essas chuvas, denominada de barlavento, geralmente possui um clima mais úmido. Já no outro lado, oposto ao relevo, a tendência é que o clima seja seco. Essa área recebe o nome de sotavento.

O relevo brasileiro é conhecido por suas altitudes modestas, uma vez que, diferentemente de países vizinhos, como a Bolívia ou o Peru, não há convergências de placas tectônicas que permitam a formação de cordilheiras e demais estruturas de altitudes acentuadas. Em geral, há no Brasil planícies, depressões e planaltos, que apesar de não serem tão elevados, contribuem para a formação de chuvas orográficas.

Legenda: Observe que a faixa litorânea do Brasil possui terrenos mais elevados, o que potencializa o efeito orográfico.

Ao observar o mapa do relevo brasileiro, notamos que existem regiões elevadas próximas ao litoral, as serras. Além disso, ventos quentes e úmidos provenientes do oceano Atlântico influenciam no efeito orográfico, que frequentemente ocorre nessas regiões.

Deslizamentos de terra e enchentes são bastante comuns em áreas serranas. Esses acidentes ambientais colocam em risco a infraestrutura local, bem como a vida de milhares de pessoas. Infelizmente, não são raras notícias que relatam as consequências dessas chuvas.

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Clarice faz 100 anos? http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/08/06/clarice-faz-100-anos/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/08/06/clarice-faz-100-anos/#respond Thu, 06 Aug 2020 16:12:08 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2273 Por Fernando Marcílio, professor do Anglo Vestibulares

Em muitos livros didáticos brasileiros é possível encontrar a afirmação de que Clarice nasceu em 1925. Não é verdade: ela nasceu, de verdade, em 1920. Mas boa parte da responsabilidade por esse equívoco recorrente é da própria escritora, que costumava alterar a data de seu nascimento. Embora algumas de suas personagens idosas fossem simpáticas, ou instigantes (como a protagonista do conto “Feliz aniversário”), em uma de suas crônicas definiu a velhice como “um dos sofrimentos humanos”. Aparentemente, Clarice, ela própria, não apreciava muito a perspectiva de envelhecer. Quer dizer, por ela, não estaria fazendo cem anos em 2020.

E, se era difícil precisar a idade, também a nacionalidade de Clarice Lispector era assunto fluido. Nascida na Ucrânia (vamos repetir: em 1920), migrou ainda na infância para o Brasil com a família, e, já adulta, obteve do governo brasileiro a naturalização. Mas talvez tenha restado algo de estrangeiro em sua obra. Pode-se, por exemplo, compará-la com a de Guimarães Rosa, seu colega de geração. A obra de Rosa escancara a sua brasilidade, na ambientação de seus contos e na fala de suas personagens. No caso de Clarice, também é bem perceptível a presença do Recife ou do Rio de Janeiro em suas narrativas. Mas, a despeito de espaços tão familiares, ela era dona de uma literatura de muitos lugares. Suas personagens poderiam ser habitantes de diferentes cidades do mundo. Talvez por isso, aliás, desperte o interesse em leitores de tantos países.

E, se a escritora tem mais idades e mais naturalidades do que o esperado, sua obra também comporta classificações diversas. Não é difícil encontrar quem considere a escritora uma representante de certa literatura feminina. O fato, porém, é que foi muito além desse rótulo, porque sua obra atinge homens e mulheres com igual intensidade, a despeito de personagens profundamente femininas, como as protagonistas de romances como Perto do coração selvagem e A paixão segundo G. H., e as de contos como “Amor”, “Devaneio e embriaguez de uma rapariga”, “A imitação da rosa”, entre tantos outros. Um de seus últimos romances, A hora da estrela, traz uma nordestina miserável e alienada como personagem central, Macabea – e os dramas vividos por ela não são apenas femininos, mas de todos os explorados.

A verdade é que a literatura de Clarice é, acima de tudo, uma literatura humana. Tão humana, que parece ir além do próprio espaço e do próprio tempo. Nos anos 1960, começou a publicar suas crônicas (reunidas no livro A descoberta do mundo), e, desde então, aumentou consideravelmente seu leque de leitores, que, com o tempo, acabaram por se tornar seguidores apaixonados. É notável, por exemplo, que sua obra desperte o interesse de jovens do século 21. Certamente, ela deve gostar disso, porque é a prova de que não envelheceu

Será que Clarice Lispector está mesmo fazendo cem anos?

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A Física dos foguetes nos vestibulares http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/30/a-fisica-dos-foguetes-nos-vestibulares/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/30/a-fisica-dos-foguetes-nos-vestibulares/#respond Thu, 30 Jul 2020 15:47:05 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2264 Por César Fonseca, professor do Anglo Vestibulares 

Em 4 de outubro de 1957, o foguete Sputinik foi lançado da base, conhecida hoje como Cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão), colocando em órbita o primeiro satélite artificial da Terra, homônimo ao foguete. Esse feito inspirou toda uma geração de jovens, como se vê no filme “Céu de outubro”, baseado no livro “Rocket boys”. Ele conta a história verídica do filho de um mineiro de carvão que, fascinado pela astronáutica, passa a construir pequenos foguetes, tornando-se mais tarde parte efetiva do grupo de engenheiros da Nasa.

Mas vamos lá: como funciona um foguete?

De maneira simplificada, podemos dizer que um foguete é uma estrutura formada por tanque de combustível (o qual pode ser líquido ou sólido), motor de propulsão e uma câmara onde esse combustível é queimado. Quanto à explicação dada pela Física, vamos propor duas delas.

A primeira é a de que o produto da combustão – constituído por gases que são expelidos para fora do foguete – e a própria estrutura constituem um sistema mecanicamente isolado, então, pode-se aplicar o Princípio da conservação da quantidade de movimento (expresso por Q = mv = constante). Ou seja, se o produto da massa do foguete (incluindo combustível) pela velocidade é uma constante, os gases provenientes da combustão, quando são expulsos durante a queima do combustível, diminuindo a massa total do foguete, aumentam, consequentemente, a velocidade do sistema como resultado. Por isso, quanto mais rápido for a queima desse combustível, maior será a velocidade alcançada pelo foguete. Esse princípio aliás, pode ser aplicado a várias situações de nosso cotidiano, por exemplo, em explosões, na colisão de veículos, no choque de bolas de bilhar etc.

A segunda explicação é a de que, como os gases, resultado da combustão, são expelidos para fora do foguete – ou, se preferir, como a estrutura do foguete empurra os gases para baixo –, de acordo com o Princípio da ação e reação, esses mesmos gases vão empurrar o foguete no sentido contrário, ou seja, para cima, fazendo-o se movimentar. Essa força que os gases aplicam na estrutura do foguete é chamada de Empuxo, que aparece também na propulsão de “foguetes a jato”, usada em alguns tipos de aviões.

Quanto ao Empuxo, ele é um conceito estudado de forma mais restrita numa parte da Física chamada Estática dos fluidos. Aristóteles teve papel fundamental no seu desenvolvimento, quando, por meio de observações, notou que, toda vez que um corpo é mergulhado num líquido, o nível deste sobe (líquido deslocado). Esse líquido aplica no corpo e para cima um Empuxo, cujo valor, conforme o filósofo também descobriu, é o mesmo do peso do líquido deslocado e, logo, pode variar dependendo do quanto o corpo está imerso no líquido.

Por fim, vestibulandos, uma importante sugestão: dominem muito bem os temas vistos aqui, pois são figurinhas marcadas nos vestibulares. Desejamos a todos excelentes estudos.

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Movimento antifascista pelo mundo http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/23/movimento-antifascista-pelo-mundo/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/23/movimento-antifascista-pelo-mundo/#respond Thu, 23 Jul 2020 16:55:42 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2259 Por Heitor Ribeiro, professor do Anglo Vestibulares

O final da Primeira Guerra Mundial trouxe consigo, além de traumas e impactos econômicos, a descrença nas instituições e nos partidos tradicionais, que, somada ao medo vermelho – preocupação de diversos países europeus com o avanço de ideias comunistas e socialistas como ocorrido na Rússia –, criou um cenário que permitiu a ascensão de partidos e grupos de extrema direita. Na década de 20, houve a ascensão do Partido Fascista de Benito Mussolini, na Itália, criando uma nova corrente política, que ganharia muitos adeptos dentro e fora da Europa.

O Fascismo foi uma proposta totalitária, baseada em uma ditadura de partido único, cuja ideia não se diferenciava da de Estado: ser contra o governo fascista era como ser contra a própria Itália ou os italianos. Além disso, há a figura de uma liderança carismática, um nacionalismo exacerbado, defesa do militarismo, valorização da guerra e de uma proposta anticomunista, antidemocrática e antiliberal, que utilizou sistematicamente a violência (seja do próprio Estado, seja de suas milícias) para eliminar opositores. Obviamente não tardou para que esses opositores começassem a se organizar e propusessem um movimento mais coletivo, abarcando diferentes ideais, mas tendo em comum a rejeição ao Fascismo e disposição a combater o avanço deste. Nasce assim, ainda na década de 20, o Antifascismo.

Em sua origem, contou com a atuação principal de grupos anarquistas, comunistas e socialistas – aliás, devido a isso, tradicionalmente se usam como símbolo antifascista as bandeiras preta e vermelha juntas, representando a união dessas ideologias, em uma variação da frente única alemã Antifaschistische Aktion. Ainda, também participaram, em menor escala, grupos políticos mais moderados, como sociais-democratas e republicanos que estavam dispostos a se armar e lutar contra o Fascismo. Apesar de ideologicamente diferentes, eles entendiam que era necessária tal união de forças por uma causa urgente e maior.

Esses movimentos ganharam mais corpo na Itália e Alemanha, com o intuito de combater, respectivamente, o Fascismo e o Nazismo, mas foram transpostos para outros Estados, como Espanha, França, Iugoslávia, EUA e até mesmo no Brasil. Desse modo, adquiriu características e pautas de acordo com a realidade de cada lugar. Não existe, portanto, um único modelo de antifascismo, ele, por exemplo, não se restringe ao enfrentamento militar direto, mas também através de uma produção política, intelectual e artística.

Atualmente, o Antifascismo volta às discussões cotidianas, quando grupos heterogêneos buscam se posicionar contra autoridades com discursos ou práticas políticas considerados autoritários, xenofóbicos e racistas. E, embora existam agora divergências políticas e discussões sobre as cores ou os símbolos utilizados e ressignificados, elas não devem suplantar a razão por trás da criação desse movimento: a ideia de congregar diferentes pessoas e ideias contra um inimigo comum, o fascismo.

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Existe Algum Monumento Que Deva Ser Eterno? http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/17/existe-algum-monumento-que-deva-ser-eterno/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/07/17/existe-algum-monumento-que-deva-ser-eterno/#respond Fri, 17 Jul 2020 17:37:02 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2252 Por Raphael Tim, professor do Anglo Vestibulares

Em 2016, quando estudantes exigiram a retirada da estátua de Mahatma Gandhi da Universidade de Acra (Gana), o gesto surpreendeu quem considerava o líder indiano apenas um ícone da paz. A surpresa diminuiu conforme houve uma maior visibilidade às posturas racistas que Gandhi adotou por décadas (destacadamente às pessoas africanas), e a estátua foi removida em 2018.

As exigências pela retirada de monumentos que celebram personagens cuja história foi erguida à custa de sofrimento não começaram em 2020. Porém, as mobilizações antirracistas globais, impulsionadas pelos assassinatos de pessoas negras, impulsionaram esse debate. Os monumentos alvos de protestos seguem um perfil: são homenagens a homens, brancos, dominadores (ou seja, que colonizaram povos, ou foram responsáveis diretos por uma intensa carga de opressão sobre uma população), erguidas entre os séculos XIX e XX.

Em junho de 2020, no Reino Unido, em Bristol (Reino Unido), a estátua de Edward Colston foi mergulhada no rio Avon. Colston era um destacado membro da Royal African Company (uma das mais importantes companhias de tráfico negreiro da Europa). No mesmo país, a Universidade de Oxford decidiu remover o monumento a Cecil Rhodes, provavelmente o maior nome do imperialismo britânico sobre a África. Outro monumento a Rhodes, que em 1934 fora erguido na Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), desde 2015 já havia sido removido.

A estátua do rei da Bélgica, Leopoldo II, também foi retirada de uma praça na Antuérpia. É a mesma cidade portuária que recebeu toneladas de marfim e borracha do Congo, quando este país ainda era uma colônia belga. A atuação direta de Leopoldo II nessa colonização gerou um dos maiores genocídios da história contemporânea.

Em Barcelona (Espanha), o monumento original a Antonio López y López (empresário enriquecido com o tráfico negreiro) já havia sido derrubado pelos anarquistas durante a Guerra Civil Espanhola. Reerguida pela ditadura de Francisco Franco, a estátua foi definitivamente removida em 2018. Nesse mesmo raciocínio, em 2019, o governo de Madri retirou o caixão de Franco do Valle de Los Caídos e enviou os restos do cadáver a um cemitério comum. Essa medida teve por objetivo por fim às peregrinações fascistas que ocorriam em Los Caídos pelos saudosos do franquismo.

O que leva um grupo da sociedade a querer homenagear alguém? Esse indivíduo, com suas realizações, favoreceu à população como um todo ou apenas um grupo específico? Qual é o perfil político e social predominante entre quem defende que esse tipo de monumento deva ser mantido exatamente como está? Que tipo de sociedade considera válido homenagear indivíduos cujas ações glorificadas significaram a tirania sobre outras pessoas? Qual seria a reação da população de Tel Aviv (Israel) se fosse erguido um “monumento ao soldado nazista” na cidade?

Nos Estados Unidos, o Museu de História Natural de Nova York anunciou, em junho de 2020, a retirada do monumento ao presidente Theodore Roosevelt de sua entrada. Além da política externa de “Ted” Roosevelt ter sido desastrosa à América Latina, ele foi um entusiasta do massacre sobre povos negros e indígenas dos EUA. Ainda no país, em Charlottesville, ocorreu em 2017 o maior movimento neonazista da América no século XXI (o “Unir a Direita”), convergindo supremacistas brancos em defesa do monumento ao General Robert Lee, escravocrata líder dos confederados na Guerra de Secessão.

Os movimentos de contestação a esse tipo de monumento não querem apagar a história. Não foi exigido, por exemplo, o fim da cidade de Ouro Preto (MG), cujo patrimônio foi erguido basicamente com trabalho escravizado, ou de Brasília (DF), cuja construção ceifou incontáveis vidas de operários ultra-precarizados (à época chamados de “candangos”). Eles repudiam um tipo específico de homenagem feita a homens brancos dominadores. Esses movimentos alertam que a mudança de mentalidade demanda rupturas com um passado de tolerância à celebração de genocidas.

A contestação a esses monumentos aponta que eles devem ser preservados em outros locais, não em espaços públicos para glorificar as ações desses indivíduos. Podem ser encaminhados a museus, ou pode até ser criado um parque especificamente para eles, como é o caso Szoborpark, em Budapeste (Hungria), que desde 1993 preserva monumentos do período soviético.

Esses monumentos foram feitos, em verdade, por meio de um grave revisionismo histórico: apagando memórias dos povos dominados e contando apenas a história dos dominadores a partir da celebração de indivíduos heroicizados. Além disso, eles impõem ao presente sua aceitação e um silenciamento (pois a aura de eternidade construída em todo deles rejeita que sejam removidos e até mesmo questionados).

Para não ser apagada, a História demanda que diferentes narrativas sejam contrapostas. Dessa forma, devemos nos questionar: manter as mesmas narrativas datadas e ultrapassadas sobre esses personagens é o melhor que nossa sociedade consegue oferecer? É esse tipo de memória que nossa época pretende legar ao futuro?

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Vacinas: o que são e como são produzidas? http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/vacinas-o-que-sao-e-como-sao-produzidas/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/vacinas-o-que-sao-e-como-sao-produzidas/#respond Mon, 15 Jun 2020 19:18:25 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=2226 *Por Marcelo Perrenoud, professor de Biologia do Anglo Vestibulares

A história do processo de produção das vacinas remonta aos trabalhos realizados pelo naturalista e médico inglês Edward Jenner, no final do século XVIII. Jenner utilizou material obtido de lesões de animais infectados pela varíola bovina a fim de promover a imunização em humanos. Devido aos estudos iniciais terem sido feitos com
bovinos, deu-se o nome de vacina, palavra derivada do latim vacca (vaca), ao produto atualmente tão conhecido.

Mas afinal, o que é uma vacina?

Vacina é composta por antígenos (toxinas, fragmentos proteicos, vírus e bactérias) mortos ou atenuados, que são incapazes de causar uma doença, porém são capazes de gerar uma resposta imunológica, prevenindo o indivíduo contra a doença provocada pelo agente presente na vacina. Em resumo, o processo de vacinação é uma medida preventiva contra diversas doenças.

As vacinas podem ser classificadas de acordo com o tipo de antígeno que utilizam para promover a imunização. Abaixo alguns exemplos:

Mas de que maneira as vacinas são produzidas?

Há diferentes formas para a produção de uma vacina. Tomemos como exemplo a da febre amarela:

1ª Etapa: os vírus causadores da doença são isolados e inativados através de processos de elevação e diminuição da temperatura.

2ª Etapa: os vírus atenuados são inoculados em ovos de galinha fertilizados.

3ª Etapa: após um período de incubação, os vírus são extraídos dos ovos e a solução em que se encontram é congelada a uma temperatura de -70 ºC.

4ª Etapa: após testes de qualidade, o produto é colocado dentro de ampolas e disponibilizado para hospitais e postos de saúde.

Para que uma vacina possa ser liberada para o mercado consumidor, ela precisa passar por diversos testes de segurança e eficácia. Todo esse processo pode demorar muitos anos e consumir muitos milhões de dólares.

Quais são as fases necessárias para a produção de uma vacina?

  • Fase pré-clínica: esta primeira fase envolve diversos experimentos laboratoriais, em células cultivadas in vitro e também testes em animais. Aproximadamente 90% dos compostos são reprovados nesta fase, não seguindo adiante.
  • Fase 1: o medicamento é testado em humanos. Pequenos grupos de 20 a 100 indivíduos são analisados, e verifica-se neste momento a dosagem e os efeitos colaterais. Cerca de 70% dos compostos aprovados na fase pré-clínica são reprovados na fase 1.
  • Fase 2: os testes agora são realizados em grupos de 100 a 300 pessoas. O objetivo desta fase é verificar a eficácia da futura vacina e os efeitos colaterais.
  • Fase 3: esta é a última fase dos testes clínicos, nos quais a vacina é testada em grupos de 300 a 3 mil pessoas. De cada 10 compostos que chegam até esta fase, 7 são reprovados.
  • Fase 4: com a vacina já em comercialização, ocorre um acompanhamento de grupos de pessoas que receberam doses do composto. Este procedimento visa verificar se a vacina está atingindo sua eficácia desejada.

Quais doenças podem ser prevenidas com o auxílio das vacinas?

Algumas das principais doenças que podem ser prevenidas são: gripe, febre amarela, catapora, sarampo, caxumba, rubéola, poliomielite, hepatite A, hepatite B, papilomavírus (HPV), tétano, meningite, tuberculose, entre outras.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, o Brasil disponibiliza anualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas para a população, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Milhares de pesquisadores e centenas de instituições de pesquisa trabalham ininterruptamente para que novas vacinas sejam produzidas, garantindo a prevenção de doenças que desafiam a ciência, como a Covid-19.

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Sobre a grafia do porquê http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/sobre-a-grafia-do-porque/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/sobre-a-grafia-do-porque/#respond Tue, 23 Jul 2019 16:12:59 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=1920

*por Francisco Platão Savioli, autor do Sistema Anglo de Ensino

Uma primeira informação: entre 1000 palavras escolhidas aleatoriamente em questões de provas sobre ortografia, o porquê é o campeão disparado de frequência estatística.

Confira no gráfico reproduzido a seguir, que selecionou as 20 primeiras:

Esse levantamento mostra que: a grafia do porquê corresponde a 1/4 das 20 questões mais incidentes.

Uma segunda informação: a grafia do porquê não é uma questão pura de ortografia. Prova disso é que não se resolve com mera consulta a dicionário.

Fundamentos para efeito de condução do raciocínio:

  • é necessário detectar se são duas unidades distintas, portanto separadas; se são duas unidades reduzidas a uma só, portanto juntas.
  • se o quê é tônico, portanto acentuado; se é átono, portanto sem acento.

1º movimento:

Por que como duas unidades, em frases interrogativas.

Partindo de uma hipotética pergunta:

Políticos trocam de partido por dinheiro?

Núcleo da pergunta: dinheiro é a causa da troca de partidos?

Que operação linguística foi acionada para construir esse sentido?

A expressão por dinheiro está associada ao verbo (trocam) por meio de uma preposição (por), que estabelece uma relação de causa.

Imagine agora que o enunciador não queira fazer a pergunta concentrada numa causa específica, para dar mais liberdade de resposta ao interlocutor.

Que recurso a língua oferece para essa mudança de estratégia?  A língua permite trocar uma palavra de sentido restrito (dinheiro) por outra de sentido indeterminado, o pronome interrogativo (que).

Obtém-se, com isso, uma pergunta de sentido mais amplo, com a mesma estrutura do modelo anterior:

 

Esse encadeamento de raciocínios permite concluir a regra que se vê resumida nos manuais didáticos:

     1. No final de frases interrogativas, por quê é separado e com acento.

Em posição final de frases interrogativas o quê é sempre tônico, e monossílabos tônicos terminados por e são acentuados. Uma dica: quando o e é uma vogal tônica não soa como i, nem na fala informal.

A mesma operação linguística dá origem a este enunciado:

O sentido se manteve, com uma única diferença: a locução adverbial (por que) saiu da posição final. Por capricho da língua, o que passou a ser pronunciado como átono. Deslocado da posição final de frases interrogativas, o que é átono, e monossílabo átono não tem acento.

Vai daí a segunda síntese didática:

     2. Fora da posição final das interrogativas, por que é separado e sem acento.

 Há um outro modo de fazer a pergunta:

O sentido interrogativo se mantém, com uma diferença: a interrogação é feita de maneira, digamos, indireta. Encaixa-se a oração interrogativa como complemento de um verbo ou expressão que indica pergunta: pergunto, responda, quero saber, diga, etc. Essa estratégia permite que o enunciador faça a pergunta de um modo mais polido ou mais descortês, conforme a escolha do verbo que introduz a pergunta.

Pode-se enunciar essa terceira regra, assim:

     3. Nas frases interrogativas indiretas, por que é separado e sem acento.

2º movimento:

preposição por + que, pronome relativo

Ainda nessa estrutura se percebem duas unidades distintas: a preposição indicadora de causa se mantém (por), mas o pronome passa a ser outro: é um anafórico, que tem como referência uma palavra da oração anterior (razão). Prova disso é que a expressão pode ser permutada por outra de sentido equivalente (pela qual). [Só é preciso entender que, seguida de artigo, a preposição por assume a forma arcaica (per), o artigo assume a forma, também arcaica, (la). Per + la sofre alteração de pronúncia: pela, mas o sentido continua o mesmo. O pronome relativo que, assumindo a forma a qual tem uma vantagem: por meio da concordância, percebe-se, com mais clareza, que ele tem como referência uma palavra feminina da oração anterior: razão].

Quarta dica:

     4. Quando se trata da preposição por + que, pronome relativo, a expressão se escreve separada e sem acento.

3º movimento:

porque constituindo uma só unidade

Nesse enunciado, não é possível segmentar porque em duas palavras com função e sentido diferentes. Há uma só, que está ligando duas orações entre si, estabelecendo uma relação de causa. É uma conjunção causal e tem o sentido de visto que, já que.

No enunciado a seguir, porque é também uma palavra só:

Não vote em políticos desconhecidos, porque vão decepcioná-lo.

Nesse caso, porque está ligando duas orações entre si, com uma diferença: está estabelecendo uma relação explicativa, que consiste em agregar um argumento, por meio do qual o enunciador tenta justificar o que está afirmando na oração anterior. É uma conjunção explicativa e equivale a pois.

Pode-se, então, incluir os dois casos numa só regra:

Quando porque funciona como conjunção, sempre se escreve junto e sem acento (o e é átono: na fala informal pode soar como i).

 4º movimento:

porquê junto e com acento

Não queira saber o porquê de todas as coisas.

Nessa frase, também não é possível segmentar porquê em duas palavras com função e significado distinto. É um substantivo de sentido equivalente a motivo. Vem sempre precedido de artigo ou palavra modificadora (o, um, algum, nenhum, etc.), é escrito junto, porque é uma única palavra, e com acento, pois o e é tônico.

Outros exemplos:

O advogado usou um porquê sem nenhuma relação com a causa.

Não ficou nenhum porquê sem explicação.

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4 dicas de como se comportar na semana entre as provas do Enem http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/11/06/4-dicas-de-como-se-comportar-na-semana-entre-as-provas-do-enem/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/11/06/4-dicas-de-como-se-comportar-na-semana-entre-as-provas-do-enem/#respond Mon, 06 Nov 2017 17:33:02 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=1464

No último domingo (05.11.2017), foi realizada a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), inaugurando o calendário 2017/2018 dos grandes vestibulares de aplicação nacional. Nesta semana em que antecede o seu segundo dia de aplicação, com as provas de Ciências da Natureza e Matemática, é muito comum que os estudantes se questionem sobre o que fazer, sobre a estratégia para obter o melhor desempenho possível no próximo domingo. Esse texto dará quatro importantes dicas sobre o assunto:

  1. Neste momento, foque na próxima prova, independente do seu desempenho nas provas de Ciências Humanas, Linguagens e Redação.

É muito comum que um desempenho abaixo do esperado pelo aluno acabe por desestimulá-lo nos estudos e na realização das provas do próximo domingo. Não faça isso! Esta prova, diferente de outros tradicionais vestibulares, utiliza o método da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que busca a coerência de acertos do candidato. Dessa forma, a quantidade de acertos dificilmente corresponderá à nota final do candidato, uma vez que as questões possuem pesos distintos e dependerá do conjunto de acertos obtidos na prova. Se não é possível aferir a nota de fato obtida, não há motivo para se preocupar com ela agora.

  1. Ainda faltam 40% das provas do Enem 2017: sua nota final ainda não está definida.

            No próximo domingo ainda serão definidas duas das cinco notas do Enem: Ciências da Natureza e Matemática. Nesse sentido, sua média final para concorrer às vagas oferecidas pelo SISU, por enquanto, está um pouco longe de estar fechada. Principalmente nos cursos e universidades mais concorridas, o próximo dia de prova será definitivo para a conquista da sua vaga. Pense nisso!

  1. Tire boas lições com o primeiro dia de prova.

Para muitos, o último domingo foi a largada para os vários vestibulares desta temporada. Sendo assim, faça uma avaliação do que deu certo e do que poderia ter sido melhor. Tempo de sono, horário de acordar, alimentação, deslocamento para o local do exame, ida ao banheiro durante a prova: esses e outros elementos podem ser fundamentais para o bom desempenho do candidato.

Além disso, corrigir as questões erradas, embora não ajude diretamente para o segundo dia do Enem, sem dúvida irá contribuir para os vestibulares das próximas semanas. Não é incomum os temas se repetirem. Corrigir as provas realizadas é uma boa forma de revisar os conteúdos em que você tenha maior dificuldade.

  1. Mantenha o ritmo de estudos, revise as matérias com maior dificuldade, não cometa excessos.

Nesta semana, o mais importante é o aluno manter a rotina de estudo, focando, é claro, nas provas de Ciências da Natureza e Matemática. Opte por revisar aqueles assuntos que possui maior dificuldade e que, tradicionalmente, costumam estar mais presentes na prova. Este não é o momento para exageros: concilie estudo, boa alimentação e descanso.

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Conheça as mentes por trás da Geometria Analítica http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/10/16/as-mentes-por-tras-da-geometria-analitica/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/10/16/as-mentes-por-tras-da-geometria-analitica/#respond Mon, 16 Oct 2017 17:03:22 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=1432 Falemos aqui sobre dois nomes de peso na História da Matemática: Pierre de Fermat e René Descartes.

Fermat

A família de Fermat era de comerciantes. Ele foi educado para se tornar advogado, na cidade francesa de Toulouse, e ganhou a vida com essa profissão. Exerceu, durante algum tempo, o cargo de conselheiro do parlamento de Toulouse. Embora a matemática fosse apenas um hobby para Fermat, ele conseguia se dedicar por bom tempo a essa atividade. Contribuiu com resultados de primeira classe para a teoria dos números e do cálculo.

As contribuições de Fermat para o cálculo geométrico e infinitesimal foram inestimáveis. Obtinha, com os seus cálculos, a área de parábolas e hipérboles, e determinava o centro de massa de vários corpos. Em 1934, foi descoberta uma nota de Isaac Newton, na qual dizia que o seu cálculo, antes considerado como invenção autônoma, fora baseado no “método de Fermat para estabelecer tangentes” como relatado em “Isaac Newton – A biography”, de More, L. T.

Além dessa referência de peso dada por Newton, Fermat iniciou o trabalho sobre a probabilidade. Como todos os matemáticos de seu século, ele trabalhou em problemas de ciência e contribuiu de forma duradoura para a óptica. A maioria dos resultados de Fermat é conhecida através de cartas que ele escreveu para amigos. Ele publicou apenas alguns artigos, sendo que vários (livros e artigos) foram publicados após sua morte.

Assim, Fermat sempre trabalhou com a Matemática de forma amadora, dedicando apenas seu tempo de lazer. Por conta de suas grandes contribuições, foi considerado o “Príncipe dos Amadores”, além de ser tido por Blaise Pascal (que também merece menção especial) o maior matemático de seu tempo.

Descartes

Descartes foi o primeiro grande filósofo moderno, um fundador da biologia moderna, um físico de primeira classe e apenas incidentalmente um matemático. No entanto, quando um homem de seu poder de intelecto dedica parte de seu tempo a um assunto, seu trabalho não pode deixar de ser significativo.

Seu pai, um advogado moderadamente rico, enviou-o aos oito anos de idade para a escola jesuíta de La Fleche. Como ele tinha saúde delicada, podia passar as manhãs na cama, tempo em que trabalhava. Descartes seguiu essa rotina ao longo de sua vida. Aos dezesseis anos, saiu de La Fleche e, aos vinte anos, ele se formou na Universidade de Poitiers, já exercendo a advocacia, e foi a Paris. Na capital francesa conheceu Mydorge e o padre Marin Mersenne e passou um ano com eles no estudo da Matemática. Durante o período em que serviu ao exército, continuou a estudar Matemática. Sua capacidade de resolver um desafio postado em um outdoor na Holanda o convenceu de que ele tinha habilidade matemática, a partir desse fato ele começou a pensar seriamente nesse assunto. Estudou a teoria e a construção de instrumentos ópticos. Na Holanda escreveu suas obras famosas. Em 1649 foi convidado a instruir a rainha Cristina da Suécia, movido pela honra e pelo glamour da realeza, ele aceitou. Morreu em decorrência de pneumonia em 1650.

Sobre um Trabalho Comum

Descartes fez da metodologia objetivo principal em todo o seu trabalho. Seus ensinamentos e escritos tornaram-se populares, mesmo entre os não-cientistas, porque ele os apresentou de forma muito clara e atrativa. Sua popularidade veio, principalmente em 1637, por conta da publicação de seu Discours de la méthode (Discurso do método). Este livro, um clássico da literatura e da filosofia, contém três apêndices famosos, La Géométrie, La DioptriqueLes Météores. La Géométrie é o único livro que Descartes escreveu sobre matemática, ele contém suas ideias sobre geometria de coordenadas e álgebra, embora ele tenha comunicado muitas outras ideias sobre Matemática em numerosas letras.

Fermat alega ter buscado uma abordagem universal (o que os gregos não conseguiram fazer) a problemas envolvendo curvas que o fascinaram pelo trabalho de Apolônio. Declarou seu princípio geral: “Sempre que, em uma equação final, duas quantidades desconhecidas são encontradas, temos um lugar geométrico“. Fora isso fez outras tantas conclusões como os conceitos de Elipse, Hipérbole e Parábola.

Assim, é fato que as necessidades da ciência e o interesse pela metodologia motivaram Fermat e Descartes. Ambos eram preocupados com métodos gerais para estudar curvas. Além disso estavam impressionados com o poder da álgebra para fornecer o método. Fermat e Descartes voltaram-se para a aplicação da álgebra ao estudo da geometria. Dessa forma, é atribuído a eles o surgimento da Geometria Analítica, cuja ideia central é a associação de equações algébricas com curvas e superfícies.

Lição

Isso tudo traz reflexões que não podem passar despercebidas. Os fundadores da Geometria Analítica não são matemáticos de carreira acadêmica. Surge uma necessidade de facilitar situações mais complexas que, com o uso dessa ferramenta, ficariam mais simples.

Assim, você, vestibulando, deve lembrar que esse assunto não foi criado para atrapalhar a sua vida. O intuito é que isso lhe propicie uma maneira alternativa de resolver questões que parecem mais difíceis quando resolvidas por outra estratégia. Fermat e Descartes perceberam isso sem aviso prévio. Os vestibulandos todos sabem da existência desse recurso; mas, às vezes, não percebem que um assunto pode ser mais facilmente resolvido por esse método. É importante criar o hábito de perceber que, por mais que a questão não fale sobre isso, a Geometria Analítica vem a calhar em várias situações.

Aplicá-la para resolver outras questões talvez seja a diferença entre não ter a menor ideia do que fazer para solucionar o problema e acertar uma questão. Começar a cogitar. Faça parte da história!

 

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Na reta final para os vestibulares, é importante organizar os estudos http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/10/10/na-reta-final-para-os-vestibulares-e-importante-organizar-os-estudos/ http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/2017/10/10/na-reta-final-para-os-vestibulares-e-importante-organizar-os-estudos/#respond Tue, 10 Oct 2017 13:50:38 +0000 http://dicasdevestibular.blogosfera.uol.com.br/?p=1422

Com a proximidade das datas das provas, é muito provável que alguns pensamentos nada positivos estejam rondando sua cabeça: “meus estudos não têm rendido aquilo que eu esperava”; “tem muita gente mais bem preparada do que eu”; “tem muito conteúdo que eu não sei muito bem e não vai dar tempo de estudar agora”; “a matéria está se acumulando e não estou dando conta”;  “acho que não vou…”.

Ei! Pare por um momento! Vamos analisar esse período de sua jornada de vestibulando com um pouco mais de calma…

Primeiro, objetivamente, faça uma reflexão de como tem sido seu comportamento nas últimas provas ou nos últimos simulados. Aprenda a se conhecer com eles. Vamos focar apenas em um único aspecto. Por exemplo, todos temos uma curva de rendimento otimizada ao longo do tempo. Em um período de 4 ou 5 horas, cada um tem um desempenho diferente de concentração. Trace a melhor estratégia de acordo com seu perfil.

Pode ser que o melhor para você seja quebrar a prova em ciclos curtos de ataque (30 minutos, por exemplo), com breves pausas para descanso/relaxamento. Pode ser que você tenha um perfil de fôlego mais longo. E quanto a alternar a resolução dos exercícios das disciplinas de exatas e humanas? Isso é interessante para você? Você já se decidiu por isso? Você já testou essa rotina? Você já refletiu sobre isso? Você já percebeu como seus erros se acumulam na última hora da prova ou do simulado? Coincidência? Então, qual sua estratégia para a hora final? Se você ainda não tem resposta para essas perguntas, que tal conversar com seus professores?

Reta Final

Vamos agora jogar o olhar para frente. O que é possível fazer daqui em diante? Antes de tudo, um aviso: nada do que você fará será eficaz, se você não mantiver muita disciplina em seus estudos e não planejar bem sua vida, de modo que o cansaço seja mantido dentro dos limites.

Falando especificamente da reta final, uma opção de trabalho é você ordenar os seus exames prioritários e encará-los de frente. Tendo-os em mãos, procure reconhecer se há algum padrão com relação à formulação das questões. Por exemplo, suponha que seu foco prioritário agora seja a Fuvest: Para não prejudicar seu estudo cotidiano, a cada dia da semana, você pode simular metade da prova da primeira fase de cada ano, começando, por exemplo, com a de 2013. Mas você fará isso contra o relógio, mantendo uma média de 3 minutos por questão.

Assim, na segunda-feira, você escolhe as disciplinas de sua preferência de modo a totalizar 45 testes, cronometra 2,5 horas e começa. Corrija e arquive seus principais erros. Na terça-feira, resolva o restante. Corrija e arquive seus principais erros. Na quarta-feira, pegue a prova do ano seguinte, eleja disciplinas distintas daquelas que você escolheu na segunda, marque 2,5 horas e repita o processo. Entendeu? Note, se for disciplinado, em duas semanas, você terá resolvido todas as provas da 1ª fase da Fuvest a partir de 2013. Depois disso, você ainda tem tempo suficiente para estudar outras provas (Enem, Vunesp, Unicamp, etc).

O que vai acontecer? Você vai obter valiosos resultados com esse tipo de simulação. Ao final desse ciclo, você vai poder identificar os conteúdos de pior desempenho, que lhe servirão de balizadores para uma revisão nos dias que antecederão a prova. Além disso, você poderá identificar conteúdos que não são alvos prioritários do vestibular que está simulando. Confirme isso com seus professores. Mais ainda, além de interiorizar o tempo de 3 minutos por questão, você acaba descobrindo, entre as tentativas feitas, qual a sequência de matérias que mais se ajusta ao seu comportamento mental durante a prova.

Lembre: não estude como um louco. Estude de forma inteligente.

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