Os 75 anos da Libertação de Auschwitz e como os vestibulares tratam o tema
*Por Eduardo Duique, professor de História do Anglo Vestibulares
"A exigência que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação. (…)".
-Theodor Adorno. Filosofo alemão
Em 27 de janeiro de 2020, comemoraram-se no mundo todo os 75 anos da libertação de Auschwitz e o "Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto". O que foi a libertação de Auschwitz? Por que fazer uma comemoração global? De que forma esse assunto que preocupou grandes educadores, como Theodor Adorno, costuma cair em provas de vestibulares e no ENEM?
A libertação de Auschwitz é uma data histórica, um dos últimos momentos da Segunda Guerra Mundial, terminada em 1945. Nela, soldados soviéticos do exército vermelho libertaram os últimos prisioneiros sobreviventes da rede de campos de concentração e extermínio (eram mais de 45 campos, só na região) localizada próxima da cidade de Auschwitz, no sul da Polônia. Nos anos seguintes, as imagens horrendas mostrando o estado deplorável dos prisioneiros, os cadáveres empilhados e as infames câmaras de gás chocaram o globo.
Só em Auschwitz, os homens e mulheres, soldados e civis do Terceiro Reich (denominação da Alemanha Nazista comandado por Adolf Hitler) exterminaram mais de um milhão de outros seres humanos. No total, mais de seis milhões foram mortos em outros campos. Eram principalmente judeus, mas também ciganos, inimigos políticos – como comunistas e democratas –, testemunhas de Jeová, homossexuais, deficientes físicos e mentais, prisioneiros de guerra e pessoas de diversas nacionalidades.
Setenta e cinco anos depois, a data é motivo para comemorar. Os sobreviventes, a liberdade e a vitória contra o nazismo bem que merecem uma festa.
Opa, mas aqui cabe um esclarecimento: ao contrário do que o senso comum acredita, comemorar não significa apenas fazer festa, como fazemos nos aniversários de pessoas queridas. Significa também (no sentido literal da palavra) trazer à memória, não deixar esquecer, lembrar, memorar…
Construir memória sobre Auschwitz é usar essa data histórica para lembrar, mais uma vez, os horrores do nazismo e das ideias que o sustentaram. Lembrar essa filosofia que colocou um ser humano como superior e outro inferior, por sua origem, crenças, posição política ou qualquer outra razão; a ideia de que o recurso às armas e a guerra podem ser usados contra os que pensam ou se comportam diferente, e deste momento em que uma sociedade considerada civilizada, como a alemã, deixou-se seduzir por essas crenças assassinas e seus fanáticos propagadores.
A construção dessa memória se faz sempre necessária, pois é conhecimento relevante para o tempo presente. Serve para que a ignorância, mentira ou fanatismo não permitam que se repitam, em outros lugares e tempos, fenômenos como o Nazismo, campos como Auschwitz e principalmente, os homens e ideias que os constroem.
Para o estudante atento ao ENEM e aos vestibulares, cabe estudar a história do Nazismo, período entreguerras e da 2ª Guerra, bem como, temas clássicos e fundamentais da filosofia e sociologia do mundo civilizado, como racismo, direitos humanos, nacionalismo e totalitarismo.
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