Entenda as consequências ambientais provocadas pelas queimadas
*Por Sebastian Alvarado Fuentes, professor de geografia do Anglo Vestibulares
As queimadas no ano de 2019 tiveram um grande destaque na mídia, em fóruns econômicos e até nos maiores vestibulares do país. Embora a vegetação de diversos países tenha sofrido com as queimadas nesse ano, dois países, mesmo que de forma diferenciada, se destacaram pela magnitude da destruição: o Brasil e a Austrália.
Os dois países tiveram que lidar com a repercussão mundial desses incêndios, mas é importante lembrar que a comparação entre esses acontecimentos é mais complexa do que se imagina: desde a origem, o tipo de vegetação atingida, a forma de combate e a responsabilização.
As queimadas no Brasil, especificamente na floresta Amazônica, atingiram uma vegetação chamada de floresta latifoliada equatorial, nome que evidencia a importante característica de reter uma grande umidade e de se localizar em uma região com grandes índices pluviais.
Com essa característica, as queimadas naturais são, no mínimo, improváveis, o que leva os especialistas a apontarem causas antrópicas — principalmente o crescente processo de desmatamento — para o grande número de incêndios.
Enquanto isso, na Austrália, o ecossistema atingido pelo fogo tem a característica de sofrer incêndios naturais periodicamente. Essas queimadas são extremamente necessárias para a renovação e perpetuação do bioma – assim como acontece na savana africana e o cerrado brasileiro.
Embora queimadas naturais sejam normais, a Austrália vive um grande período de estiagem que se iniciou em 2017 e, entre janeiro a outubro de 2019, atingiu o recorde de período mais seco desde 1902. Em outras palavras, o fogo na Austrália teve as mudanças climáticas como um grande potencializador.
Os incêndios na Austrália tiveram grande destaque na mídia devido a chocantes imagens da fauna sendo queimada e da nobre ação de muitos cidadãos que se dispuseram a resgatar animais que estavam em perigo. No maior país da Oceania, devido à disposição das florestas em relação às cidades, também ocorreu um grande risco de perdas de vidas humanas.
Já no Brasil, o destaque ocorreu pela troca de acusações entre o governo, especialistas, ONGs, ativistas ambientais e até governos estrangeiros. Vale ressaltar o caso do governo francês, que protagonizou um grande embate com o governo brasileiro, cuja situação foi discutida na reunião do G7.
Embora os fenômenos no Brasil e na Austrália sejam bem distintos, podemos apontar algumas semelhanças. Exemplos são a enorme cortina de fumaça liberada, a politização das queimadas e a inegável relação com as mudanças climáticas – lembrando que, na Amazônia, as queimadas agravam o aquecimento global, e os incêndios na Austrália são agravados por este.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.